IVETE MILOSKI
( BRASIL - RIO DE JANEIRO )
Coordenadora no Governo do Estado do Rio de Janeiro.
POESIA SEMPRE Ano 8 - Número 12 -
MAIO 2000 Diretor Elmer Corrêa Barbosa, Rio de
Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2000. 324 p.
ISSN 010-0626
Aquela moça parecia
prestes a chorar
fiquei olhando
seu doloroso perfil
tudo nela ficando dourado
um peixe fora do aquário
Meus dentes estão cerrados
há meses que não gozo, durmo, respiro.
Esperando que a fita acabe
que o telefone toque
que o leite ferva.
Moro do outro lado da cidade
na beira do lago.
Sou loura de pernas grossas.
Tenho uma capa de plástico que é o que mais
amo no mundo.
Uso sempre.
Não tenho nome porque sou sempre outra pessoa.
Ninguém me ajuda, eu fujo,
finjo que sou uma taitiana
carrego cestas no ombro
se ando com calma, sensualidade e silêncios.
Como convém a uma mulher da tribo.
Gosto das tuas olheiras de vício
do teu olhar perturbado
do suor que te molha inteiro
e que cheira forte.
Você é um bicho
a me perturbar as noites,
a me agarrar no escuro
com mãos quentes.
*
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Página publicada em julho de 2025.
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